Minha posição política pode colocar meu trabalho em risco?

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Em um cenário altamente polarizado e com as eleições presidenciais de outubro se aproximando, o assunto “política” tem dominado as rodas de conversa. Independentemente do desfecho destas conversas, se tornou inevitável comentar sobre a situação que o Brasil vive, e mesmo com o voto sendo “secreto”, poucas pessoas de fato omitem sua preferência por candidato A ou B. Mas e o trabalho? Quando ele pode se tornar um risco por conta de opção política? Especialistas apontam que um funcionário não pode ser demitido por sua posição política, já que discussões sobre o assunto são um exercício da cidadania. Demiti-lo seria ferir um direito à liberdade de expressão garantido na Constituição Federal.

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O que fazer?

O grande problema desta situação é que, quase sempre, a empresa não fala o real motivo da demissão. Nestes casos, o ideal seria buscar um advogado para que ele possa orientar cada caso da melhor forma. Áudios, conversas gravadas, vídeos, documentos, prints e testemunhas servem como provas e, se houver discriminação, cabe até mesmo uma indenização por danos morais. Em alguns casos, o funcionário pode até ser recontratado.

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Quando pode ter demissão?

A demissão pode acontecer em casos em que a opinião política está interferindo diretamente no desempenho do funcionário dentro da empresa. Se o colaborador repete insistentemente sua posição política, irritando os outros, fica tentando convencer as pessoas a votarem em seu candidato (mesmo que elas não queiram) ou usa discurso de ódio, ele pode até ser desligado por justa causa da empresa.

Especialistas dizem que, nestes casos, o real motivo da demissão não é exatamente a posição política do funcionário, mas sim fatores que atrapalham o desenvolvimento dele dentro do local de trabalho.

Redes sociais

Esse é outro tema polêmico. O funcionário pode falar de política nas redes sociais? Segundo especialistas no assunto, ele até pode. O problema é quando a opinião dele é vinculada à empresa. O ideal é que, ao dar opiniões, ele deixe claro que aquela é uma opinião pessoal dele, sem sinalizar que essa pode ser também uma opinião da empresa.

Processos seletivos

A empresa não pode questionar um candidato a uma vaga sobre sua posição política, religião ou orientação sexual. Além de serem questões invasivas, podem determinar a contratação ou não do candidato. As perguntas devem ser focadas em traçar um perfil da pessoa para exercer aquele cargo, observando as habilidades dela. Nestes casos, o candidato também pode entrar na Justiça contra a empresa se achar que está sendo discriminado.

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