Setembro amarelo: O trabalho pode causar suicídio?

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É possível uma pessoa se suicidar por causa de situações que acontecem em seu local de trabalho? A pergunta é difícil de ser respondida, já que uma série de fatores, em tese, poderiam ou não interferir em uma situação como essa. O local de trabalho, assim como a escola, por exemplo, são locais onde existem vários perfis diferentes de pessoas, e algumas delas podem adotar práticas nocivas para outras.

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Mas essa relação entre o trabalho e o suicídio existe mesmo? É possível atribuir ao trabalho a causa do suicídio? O governo japonês reconheceu isso no ano de 2017, quando registrou 208 casos de trabalhadores que se mataram em virtude de situações reconhecidamente ligadas ao trabalho.

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Mas o trabalho seria um vilão? Especialistas dizem que não, já que se fosse assim, os suicídios entre desempregados seriam mais raros – algo que não acontece -. As pesquisas mostram justamente o contrário, que um trabalho saudável é fator de proteção, e não estímulo ao suicídio.

Fator social

O suicídio, segundo especialistas, é um fator social. Se houver a predisposição suicida de algum individuo, quanto mais frágeis forem os laços sociais, mais fácil será a consumação desse autoextermínio. No caso do local de trabalho, se essa fragilidade acontecer, as chances de suicídio também aumentam.

De forma geral, especialistas apontam que é provável que filhos dependentes provoquem menos suicídios de pais do que pais que não têm filhos, por exemplo. Já no caso dos filhos, os que apoiam e sustentam os pais se suicidam menos do que os que os filhos que já perderam os pais. Casados se suicidam menos do que solteiros, e religiosos também menos que ateus, mas segundo os especialistas, isso não ocorre por questões transcendentais, de ordem espiritual, mas por laços sociais que são construídos nas igrejas e centros religiosos.

Trabalho protege

Quando falamos de trabalho, é quase uma unanimidade para especialistas que o trabalho mais protege o homem do que o torna suscetível ao suicídio. Pelos mesmos fundamentos da força dos laços sociais, pessoas que estão no mercado de trabalho se suicidam menos do que quem não está.

E não é só isso: quem trabalha em conjunto se suicida menos ainda do que quem trabalha sozinho, o que torna indiscutível a tese de que quem faz laços sociais no trabalho está mais protegido do suicídio. O trabalho pode adoecer, mas como regra, ele é componente que protege contra o suicídio por conta dos laços sociais que se formam e pelo sentido de existência que ele proporciona.

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