Aproximadamente 70% dos trabalhadores informais gostariam de ter carteira registrada

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Quase 70% (69,6%) dos trabalhadores por conta própria, com ou sem CNPJ, querem trabalhar com carteira assinada, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), da Fundação Getúlio Vargas.

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O índice é maior em 74,9% nas duas faixas de salário mínimo mais altas e em 56,7% naquelas acima desse nível.

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Os trabalhadores por conta própria

Daqueles dispostos a trabalhar como prestadores de serviços, 33,1% citaram como motivação a busca por renda regular, enquanto 31,4% buscavam benefícios tipicamente oferecidos pelas empresas.

Entre os que desejam continuar trabalhando, os principais motivos são a flexibilidade de horário de trabalho (14,3%) e a possibilidade de maior renda (11,9%). Os resultados são de um novo indicador, chamado de pesquisa do mercado de trabalho, lançado pelo FGV Ibre nesta terça-feira (06), que será divulgado trimestralmente. O objetivo é mapear tendências que não foram avaliadas nas estatísticas existentes sobre o tema.

A pesquisa feita

O primeiro balanço é o número de pesquisas realizadas entre agosto e outubro, com cerca de 2 mil consultas mensais. A pesquisa também perguntou aos brasileiros o quão satisfeitos eles estão com seus empregos atuais. Em resposta, 72,2% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o trabalho, enquanto 27,8% estavam insatisfeitos e muito insatisfeitos combinados.

Nesse caso, os trabalhadores que ganham menos de dois salários mínimos (27,8%), mulheres (31,9%), trabalhadores com ensino fundamental completo (37,7%) e trabalhadores sem carteira assinada (32,7%) são os mais insatisfeitos com o trabalho.

Dentre os motivos de insatisfação, o baixo salário representou 64,2%, seguido de pouco ou nenhum benefício (43%) e insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%).

A taxa de desemprego

Se a taxa de desemprego no país continuar caindo, em 8,3% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível desde 2014, o tecnólogo que supervisionou a pesquisa, economista e pesquisador Ibre Rodolpho Tobler, observou que os números não acompanham a força do mercado de trabalho. Melhorias subjetivas, principalmente a insatisfação relacionada à renda.

A avaliação foi compartilhada por Fernando de Holanda Barbosa Filho, Pesquisador Sênior da Área de Economia Aplicada do FGV Ibre. Segundo ele, a questão da baixa proteção social é uma pauta que se comprovou na pesquisa.

O FGV Ibre também avaliou a satisfação geral com a vida dos entrevistados, com nota média de 7,2. Segundo o economista Rodolpho Tobler, o ceticismo mostra que há desigualdades no desenvolvimento do mercado de trabalho que precisam ser superadas.

Pessoas entrevistadas

Algumas das pontuações mais baixas vieram de trabalhadores insatisfeitos (6,1), pessoas de 14 a 24 anos (6,3), desempregados (6,8), com ensino médio (6,9), pardos (7), ganhando até 2 salário mínimo (7) e mulheres (7). Já os trabalhadores mais satisfeitos (7,9), com 45 anos ou mais (7,6), homens (7,4) e brancos (7,4).

A pesquisa também analisou a probabilidade de os brasileiros perderem o emprego, com 58,7% dizendo que é improvável ou muito improvável.

Em caso de desligamento, 34,7% dos entrevistados responderam que teriam recursos para se sustentar dentro de um a três meses, enquanto 31,8% responderam por menos de um mês. Apenas 7,9% conseguiram se sustentar por mais de um ano.

Diante desse quadro, Fernando Veloso, coordenador do Observatório da Produtividade FGV Ibre, acredita que o novo governo terá duas preocupações: turbulência econômica e estabilidade fiscal para garantir o desenvolvimento do país, e aspectos sociais do trabalho, como o grande número de trabalhadores informais.

Veja também: Desemprego vai a 8,3% e atinge 9,5 milhões

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