Por Marlene Mello Gestão de Pessoas
Muito se fala sobre a Gestão Humanizada nas empresas, mas será que esta realidade é possível frente aos desafios propostos visando o alcance dos resultados que se espera?
Alcançar uma gestão humanizada e efetiva é promover o engajamento do colaborador à prática de atitudes operacionais eficientes, garantindo o bom clima organizacional através de relacionamentos éticos, colaborativos e comprometidos com o planejamento estratégico da empresa.
Mesmo que equipamentos e máquinas sejam a parte primordial das atividades de seu negócio, o capital humano é essencial para se caminhar rumo ao sucesso esperado. Quando há investimento e valorização, as equipes se tornam mais engajadas e produtivas. É necessário garantir que a experiência do colaborador seja satisfatória durante toda a sua permanência na empresa.
Entenda o Employee Experience
A experiência do colaborador ou Employee Experience é a percepção que o colaborador tem sobre toda a sua jornada na empresa. Mas para que a atração de bons profissionais ocorra, é necessário trabalhar a imagem positiva da organização no mercado de trabalho e isso será garantido inicialmente por seus colaboradores.
Essa jornada inicia no momento da participação do colaborador no processo seletivo, onde o alinhamento com o FIT cultural da empresa, deve garantir o compartilhamento de valores, postura, imagem e objetivos de vida do candidato com a empresa, para que suas habilidades possam ser potencializadas. A entrevista por competência deve ser direcionada de forma imparcial, buscando encontrar no candidato competências técnicas e comportamentais necessárias à função proposta. A assertividade desta etapa garante a formação de equipes de alta performance, menores índices de rotatividade e menor tempo de investimento em treinamentos.
Após a contratação o relacionamento do colaborador com a organização deve ser visto de forma ampliada, proporcionando ambientes saudáveis e acolhedores, com investimento no conhecimento das práticas de trabalho, treinamentos frequentes e autonomia para execução das atividades de acordo com suas habilidades e experiências.
As condições de trabalho, o relacionamento com as equipes, o estabelecimento de uma comunicação efetiva e a boa interação com sua liderança, determinarão a percepção e o engajamento que o colaborador terá na empresa, até o momento de seu desligamento.
Como manter equipes engajadas com uma Gestão Humanizada?
– Estimule a liderança humanizada com atitudes educadoras em todos os setores;
– É papel do líder treinar, acompanhar e promover feedbacks construtivos para que o colaborador entenda os objetivos de sua atuação e necessidade de aprimorar-se para alinhamento institucional;
– Incentive diálogos assertivos com propósitos voltado a busca de resultados;
– Acolha as particularidades, promovendo uma escuta ativa a todos os colaboradores;
– Compreenda as diferenças e conecte-se com equipes de diferentes gerações e motivações;
– Conheça o perfil profissional de seu colaborador, valorizando as competências de forma individual e oferecendo oportunidades personalizadas;
– Envolva o time na construção das decisões, promovendo maior aceitação frente às mudanças;
– Promova ambientes diversos e inclusivos, criando programas que acolham a pluralidade dos indivíduos, seja por gênero, idade, etnias, pessoas com deficiência, de diferentes classes sociais, orientações sexuais, etc.
– Seja um mediador, evitando conflitos internos que gerem desmotivações.
Desafios da Liderança na condução da Gestão Humanizada
Inúmeras mudanças ocorrem no mundo coorporativo e com isso vem a necessidade de se construir condições de novas adaptações. Acerta quem pensa nas pessoas, como fator primordial para que isso ocorra. São elas que se dedicarão e trarão os resultados promissores que se espera. A gestão humanizada além de promover o desenvolvimento humano e o crescimento financeiro de uma organização, não deve perder de foco não cuidado com as pessoas.
O grande desafio é adaptar-se as necessidades individuais do colaborador, considerando sua diversidade cultural, social e suas crenças religiosas. As práticas precisam ser adaptadas, já que as abordagens que funcionam bem em uma empresa, certamente não serão adequadas a outras, sendo importante ter ciência dessas diferenças e promover o alinhamento sempre que preciso. A falta deste cuidado pode promover perdas irrecuperáveis.
A resistência de colaboradores pode ocorrer especialmente entre os que acreditam que o excesso de controle é capaz de garantir um gerenciamento eficiente para o alcance de resultados. A promoção da educação desses colaboradores sobre a importância da inclusão, da diversidade, e de ambientes saudáveis, são fatores essenciais para o sucesso da organização.
Podemos concluir que a gestão humanizada exige observação, adaptação e não deve ser confundida com ser permissivo ou legal, mas promover o sentimento de pertencimento para ir de encontro as demandas da organização e as necessidades de seus colaboradores. A satisfação com o trabalho, estimula o engajamento e aumenta a produtividade trazendo benefícios a todos os envolvidos.
Referências
https://paraempresas.catho.com.br/capital-humano
https://blog.solides.com.br/experiencia-do-colaborador/
https://pt.linkedin.com/pulse/desafios-da-lideran%C3%A7a-humanizada-frente-%C3%A0s-diversidades