Na pandemia mulheres foram as que mais perderam seus empregos

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No mercado de trabalho, as mulheres são o principal grupo afetado pela pandemia de Covid-19, mostra pesquisa. Um total de 825.300 empregos foram perdidos entre 2019 e 2020, cerca de 71% dos quais ocupados por mulheres. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) divulgados no final de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De 2019 a 2020, o emprego assalariado masculino caiu 0,9%, enquanto o feminino caiu 2,9% no mesmo período.

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A pesquisa mostra a redução de empregos para mulheres

O gerente de pesquisa Thiego Ferreira disse que o declínio da força de trabalho feminina se deve às indústrias afetadas. Portanto, das 20 pessoas analisadas na pesquisa do Cempre, 13 tiveram queda no número de funcionárias. Três desses setores tiveram redução de mais de 10% nos empregos femininos.

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Na pandemia homens ganharam mais empregos e mulheres perderam

Eventos que historicamente contrataram mais homens aumentaram sua equipe em 2020, enquanto aqueles que contrataram mais mulheres diminuíram. Isso aconteceu, por exemplo, na área da educação, que é composta majoritariamente por mulheres (66,9% do total), e cujo quadro de funcionários perdeu 1,6%.

O comércio, setor com maior concentração de mulheres assalariadas (19%), registrou uma queda de 2,5% no emprego total. Mas entre as mulheres neste campo, o declínio foi ainda mais acentuado: 3,2%, em comparação com 1,9% para os homens. Agora, no setor da construção, onde 90,6% dos ocupados são do sexo masculino, o número de assalariados aumentou 4,3%.

Com isso, a taxa de participação das mulheres no emprego assalariado caiu pela primeira vez desde 2009, de 44,8% em 2019 para 44,3% em 2020, o menor nível desde 2016.

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Mulheres que ocupam altos cargos recebem apenas 77,7% do salário de homens

Contudo, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019, as mulheres ganharam 77,7% do salário dos homens. Em cargos de alto rendimento, como diretores e gerentes, a diferença é ainda maior. Dentro desse grupo, funcionárias ganham apenas 61,9% do salário dos homens. No entanto, o estudo, que analisou as condições de vida no Brasil, apontou que a desigualdade salarial é maior na região Sudeste, onde apenas 34,7% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres.

Em suma, apesar das diferenças, mais mulheres têm diploma universitário. Na faixa etária de 25 a 34 anos, a proporção de mulheres que concluíram o ensino superior foi de 25,1% e a de homens foi de 18,3%, uma diferença de 6,8 pontos percentuais. Nas instituições de graduação, porém, menos da metade (46,8%) dos docentes são mulheres. Embora os números sejam pequenos, esse número melhorou nos últimos anos. Em 2013, 43,2% eram docentes.

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