Em 18 de janeiro, o Reino Unido anunciou que começaria a testar se as empresas poderiam adotar uma semana de trabalho de quatro dias. O estudo piloto, conduzido pelas Universidades de Oxford e Cambridge em parceria com o Boston College e duas outras entidades, envolverá mais de 30 empresas locais, incluindo o think tank Autonomy. Mesmo que esse assunto está vindo à tona gora, esse modelo é antigo. Ou seja, este modelo tem sido adotado por grandes empresas. A mais recente é a fabricante de eletrodomésticos Panasonic, cuja controladora japonesa anunciou em 9 de janeiro que ofereceria opções a seus funcionários.
Atualmente, a medida está prevista apenas para atingir a sede japonesa da empresa, mas a filial brasileira já estuda a possibilidade de adotá-la. Com essa mudança, a Panasonic espera dar aos funcionários mais tempo para buscar interesses pessoais, seja voluntariado ou trabalho freelance. Os detalhes desse serviço são determinados por cada departamento comercial da empresa.
Outros países que adotaram esse método
Outros países também aderiram ao movimento. Na Islândia, 85% dos trabalhadores já podem trabalhar quatro dias penas por semana, de acordo com um relatório do think tank Autonomy. A tendência também se espalhou para o Reino Unido, onde as universidades estudam a medida e contam com várias empresas menores para adotá-la.
No Brasil, poucas empresas já reduziram a jornada semanal de seus funcionários. A empresa de serviços animais Zee.Dog, por exemplo, adotou o modelo em março de 2020, enquanto a Crawly, uma startup de mineração especializada em análise de dados, deu a seus funcionários três dias de folga desde sua fundação em 2018. Em ambos os casos, o formato foi pensado para maximizar o interesse do profissional pela empresa e aumentar a produtividade da equipe.
Afinal, a empresa pode adotar esse método?
De acordo com a especialista em direito empresarial internacional Gabriela Diehl, não há barreiras na legislação brasileira que impeçam as empresas de realizar tais movimentos. No entanto, os salários dos empregados que adotam essa medida não podem ser reduzidos. A única exceção é o acordo coletivo, que é aprovado pela entidade que representa a categoria.
Vantagens desse modelo de trabalho
- Aumento de produtividade. Pesquisas já mostraram que semanas de trabalho mais curtas podem aumentar a produtividade da equipe. Uma das razões para isso é que os funcionários fazem pausas mais longas e um sentimento de gratidão pela empresa que cria engajamento.
- Despesas reduzidas. Um teste de 2019 da Microsoft Japão descobriu o mesmo que Daniel Alves: despesas administrativas, como papel e uso de energia, foram significativamente reduzidas depois que os funcionários tiraram três dias de folga.
- Benefícios para o empregado. O bem-estar dos colaboradores é fundamental para garantir o seu bem-estar no trabalho, reduzir a rotatividade e combater o risco de doenças como o burnout. Com menos viagens, os profissionais podem passar mais tempo com a família, amigos e se concentrar em seus hobbies.
- Reduzir a ausência dos funcionários. Os trabalhadores tendem a ter menos faltas durante a semana de trabalho, pois o dia pode ser usado para exames, problemas pessoais e pausas.